Capitulo 2

Angela tentou mostrar seus roteiros em Los Angeles, mas a concorrência era árdua, já que lá por haver muitos estúdios e produtoras, muita gente ia à cidade para ofertar seus serviços e roteiros, para serem publicados em livros, séries, comerciais de TV e até filmes.

Angela falava de sua primeira experiência internacional, e de como era difícil às coisas por lá para estrangeiros, principalmente para os latinos.

O que a jovem escritora não sabia era que enquanto ela foi para a cidade de Los Angeles para entregar seus poemas à sua banda favorita, é que eles também estavam a sua procura, pois queriam conhecer a pessoa que havia escrito aquele artigo sobre a imprensa sensacionalista.

Mas, ela também havia ido aos Estados Unidos para tentar vender seus roteiros para algumas produtoras, mas como ela iria ficar alguns meses e precisava comer e viver por lá, estava fazendo alguns freelancers para uma pequena editora na cidade, lá ela fazia editoração de livros no período da manhã e a tarde trabalhava em seu blog publicando artigos, crônicas e poemas em um estilo bem humano e social, pois era isso que ela transmitia a seus textos, com todos seus sentimentos, emoções e vivências, apesar da pouca experiência como adulta, ela já havia passado por diversas coisas nesta vida.

Sua vida mais parecia uma novela mexicana, com um pouco de comédia, ação, somados a muito drama e tristeza, tudo junto e misturado, mas ela nunca se deixou por vencida, apenas se afastava do que fazia mal e seguia sua vida.

Todavia, sua estadia pelos EUA, deu alguns louros em sua jornada, pois ela conheceu muitos roteiristas, produtores e escritores, entre eles um famoso escritor e cineasta que a influenciava muito em sua carreira, Tim Burton, que o conheceu em um lançamento de uma exposição sobre o "Incrível Mundo de Tim Burton", no The Broad, um incrível museu localizado no centro da cidade, aonde ela não pode controlar a emoção ao conhecê-lo pessoalmente, pois a maior parte que ela escrevia havia um pouco de magia e aventuras sobrenaturais, já que assim como ele, ela também inventava nomes e criava países, planetas e personagens inimagináveis, com a criatividade ímpar desde criança, aonde criar e inventar histórias eram algo rotineiro em sua vida, que a única coisa que ela não curtia era falsidade e mentiras, que fazia perder o controle e se irritar de verdade.

Sua estadia por Los Angeles estava tudo indo as mil maravilhas, mas sua editora lhe deu uma proposta para ela ir para Nova York, para auxiliar a produção de alguns roteiros de peças teatrais de ONGs que contam com apoio da Broadway, e isso a animou mais ainda a garota, já que ela também adora trabalhar com causas sociais.

- Angela, tenho uma proposta para você. Será que você gostaria de ir para Nova York, colaborar em alguns projetos sociais organizados por uma amiga? - disse sua editora toda entusiasmada.

E Angel que estava lá para aprender e ampliar sue portfólio respondeu toda empolgada:

- CLARO! Aceito sim.

Então, na manhã seguinte, Angela embarcou para Nova York e foi se encontrar com a jornalista e curadora do projeto da ONG, Diana Parker e seu auxiliar, Peter Parker (sim, ele tinha o mesmo nome do super-herói da Marvel Comics, mas ele não era fotógrafo, apesar de morar em NY), um artista que havia acabado de se graduar em comunicação na Universidade de Buffallo, que junto com sua irmã resolveram criar uma ONG para tirar crianças e adolescentes das ruas, para seguirem na área artística, além de ajudar na educação, para que eles pudessem ter um desenvolvimento social e satisfatório para e realizarem em suas vidas, assim iria focar seu tempo nas artes ao invés de se envolverem com drogas e gangues.

Em Nova York, Angel pode vivenciar um pouco da rotina como roteirista e também como dramaturga, escrevendo roteiros para peças diversificadas em apoio com Diana, Peter e uma equipe ímpar, que estimulou e deu ganas para que suas ideias fluíssem e sem tempo se tornasse mais útil durante sua estadia pela cidade nova-iorquina.

No entanto, a jovem escritora já tinha passado um bom tempo pelo país, e seu visto já estava limitado, então naquele fim de semana, ela teria de voltar para o Brasil, mas foi imensamente agradecida à sua chefa, a Sra. Jane Smith, que a ajudou bastante quando ela chegou aos Estados Unidos, além de indicar o trabalho em Nova York.

Apesar de ter sido um período curto, afinal, foram apenas três meses, mas muito proveitoso para Angel, já que ela não só ajudou a escrever alguns roteiros, como produziu alguns por conta própria, e ainda ganhou dois novos grandes amigos, Diana e Peter Parker, que prometeram quando a peça estreasse ela seria convidada para assistir, já que seu apoio foi de grande importância e quando precisassem de uma escritora, iria chamá-la novamente, mesmo sua estadia em NY sendo curta, mas muito proveitosa, principalmente em sua última noite pela cidade, em que ela estava com pessoas incríveis que importavam com seu trabalho, já que antes disso, a única pessoa que valorizava o que ela fazia era sua mãe e sua irmã.

Chegou o dia de retornar para casa, ela havia passado meses na terra do Tio Sam, e já estava morrendo de saudades da sua terrinha, afinal, não há melhor lugar do que o nosso lar, já dizia a Dorothy, de O Mágico de Oz.

Gio já estava com muitas saudades de sua irmã Angel, e não poderia ir buscá-la, já que ela iria ficar de plantão na redação, então perguntou para sua mãe, que trabalhava no período da tarde, e de manhã cuidava da casa onde as meninas cresceram e viveram até seus 20 poucos anos, mas ela também não poderia, pois tinha um compromisso a fazer, mas que era para ligar assim que o avião aterrissasse em São Paulo.

Enquanto Angel estava a caminho do aeroporto de NY, ela enviou uma mensagem para sua irmã Giovana, para falar que chegaria a tardezinha no Aeroporto de Cumbica, mas que avisaria assim que pousasse. Mas, o que ela não esperava era uma turbulência durante o voo, bem de pronto quando a escritora entrou no avião, que ela mesma, só queria fazer uma coisa, dormir, já que na noite passada ela tinha chegado tarde e acordou bem cedo, para ir ao aeroporto, além da ansiedade de voltar para casa, então ela só fechou os olhos e dormir, já que estava morrendo de sono.

Durante o voo, Angela estava dormindo quando começou a turbulência, e o piloto pediu para que todos voltassem suas poltronas para a posição normal e todos colocassem o cinto, que logo as divergências iriam passar e a viagem voltaria ao seu curso.

No entanto, Angela não ouviu, e tampouco acordou de primeira, apenas quando o comissário de bordo bateu em seu ombro, chamando-a e assim fazendo com ela acordasse assustada, aonde ele explicou o que estava ocorrendo, deixando um pouco tensa, pois era a primeira vez que ela passava por aquilo durante um voo. Mas, tudo deu certo, e ela voltou sua poltrona para a posição normal e colocou o cinto.

- Senhorita, você pode voltar sua poltrona para a posição inicial, pois o avião está passando por uma pequena turbulência. - disse o comissário.

Angela que morria de medo de andar de avião, por isso que ao entrar ela já dormia, para não ver a nada na viagem, acordou assustada.

- Oi? Como que é? A gente vai cair? - respondeu ela assustada.

- Não senhorita, é apenas um distúrbio de direção do vento que acabou ocasionando numa pequena turbulência, logo volta ao normal. - tranquilizou o comissário a Angel.

Então, Angela voltou sua poltrona para o lugar, fechou os olhos e ficou rezando até aquele tumulto acabar.

Após algumas horas, a turbulência já havia passado e Angel, curiosa do jeito que ela é, se levantou e foi até a cabine do piloto para vê o que estava acontecendo por lá.

Ao chegar lá, viu o piloto e o copiloto conversando e tomando café (mas não ao estilo do videoclipe de Learn to Fly, do Foo Fighters). A turbulência havia passado e a calmaria estava de volta à aeronave.

Então ela começou puxar assunto com eles, que ficaram um pouco cismados e assustados, pois pouca gente fazia isso, levantava e ia até a cabine. Mas, mesmo assim trocaram algumas palavras com ela, que e depois retornou ao seu lugar.

Quando chegou a sua poltrona, esbarrou em um rapaz que saia do banheiro, e como ela era bastante pavio curto, e ela começou soltando o cachorro para cima do homem, que não teve culpa, pois o espaço era pequeno e não a viu passando quando saiu do banheiro.

- Oh, toma cuidado, não me viu aqui, não? - exaltou Angela ao rapaz que saía do banheiro.

- Desculpa senhorita, o corredor é um pouco pequeno, e você pode perceber, eu não. - brincou ele, para quebrar o clima o gelo que estava naquele momento.

Angel irritada naquele momento, do homem ter jogado a porta em cima dela, começou discurtir e se alterar, fazendo com que ele risse da situação, tentando amenizar com piadinhas e brincadeirinhas oportunas para ele, mas que para ela, era a gota d'agua, pois parecia que ninguém se importava com o que a escritora estava falando.

Todavia, ela e o garoto foram para seus respectivos lugares, o bonitão sentou ao seu lado, pois havia trocado de lugar da senhora que estava na poltrona vizinha de Angel, para que ela se sentasse junto de seu filho. E como não quer nada, ele já foi puxando assunto e se apresentando, dizendo por que ela estava tão nervosa assim.

- Ah não, você aqui. - comentou Angela com cara de frustração, ao ver que o rapaz do banheiro estava sentado ao seu lado.

- Pois é. Troquei de lugar com aquela senhora, para que ela ficasse ao lado de seu filho, e acabei do seu lado. - respondeu ele todo bricalhão.

Esse cara é Renato Lins, um fotógrafo freelancer, e poeta nas horas vagas, e estava voltando para o Brasil após fazer alguns cursos de especialização de fotografia no exterior.

Um amante da fotografia, como da poesia, que traduzia tudo o que sentia em forma de cliques e paisagens dissemelhantes e viscerais. Inspirado em Anders Petersen, Renato, também adorava fotografar situações e vivência marginalizadas pela sociedade, de forma despretensiosa, ela só visava em transmitir as emoções daquele ambiente registrado, representando as emoções e sentimentos vividos ali.

Angela, que não era boba, nem nada, já se mostrou interessada no rapaz, que era bem bonito e atraente, aos seus olhos da garota, que mostrou interesse porque estava desesperada para arrumar alguém, mas também pelos contatos, ideias e projetos que eles poderiam fazer juntos, ela como escritora e ele, como fotógrafo.

Conversa vai, conversa vem, e Angel começou a se interessar cada vez por Renato, eles trocaram cartão de visitas e esperavam se reencontrar, já que as pessoas não surgem do nada, sem nenhum motivo aparente, sempre há um, porém delas aparecerem em nossas vidas.

Às cinco da tarde, o avião pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, Angela já foi escrevendo para sua irmã, que ainda estava na redação e não poderia ir buscá-la naquele exato momento, mas ela nem se importou de imediato, fez o check-out, pegou suas bagagens e foi até a cafeteria do aeroporto tomar um café e comer alguma coisa, afinal ela estava morrendo de fome, pois os "lanchinhos" do avião não são as melhores refeições após várias horas de voo.

Depois que pegou suas malas e estava a caminho da fila da cafeteria, encontrou Renato por lá, já que ele também estava faminto e queria fazer uma boquinha antes de voltar para casa.

Angel e Renato fizeram seus pedidos, ela pediu um pão de batata com catupiry e um café preto, e ele preferiu um sanduíche de presunto com um suco de laranja. Assim, que saiu, pegaram seus pedidos e foram para alguma mesa na praça de alimentação.

Claro, que além de comer, eles conversaram muito, sobre suas carreiras, e também sobre suas vidas pessoais. E nisso, Gio, lê a mensagem que Angel havia escrito há algumas horas atrás, e responde se desculpando pelo atraso em visualizá-la, pois estava em reunião no final da tarde e pode atender ao telefone, mas que estaria no aeroporto em uma hora. Afinal, São Paulo é assim, não se atravessa a cidade em apenas alguns minutos. Mas Angel apenas responde a sua irmã com um 'OK', e continuou o papo com Renato.

Quando já tinha passado mais de uma hora que Angela esperava por sua irmã, Renato disse que precisava ir embora, mas que havia adorado conhecê-la e que eles deveriam manter contato, e se encontrar outras vezes.

Então, eles se abraçaram, deram três beijinhos no rosto, e Angel respondeu com as mesmas palavras de Renato, acrescentando com um;

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E Renato pegou seu táxi e seguiu até sua casa.

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